Jogos Inesquecíveis

Náutico 0x1 Grêmio – 2005

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585Recife, 26 de novembro de 2005. O campo de batalha para Grêmio e Náutico era o Estádio dos Aflitos. Uma verdadeira afronta ao futebol moderno. Gramado péssimo, vestiários precários, arquibancadas sujas e quebradas, enfim, um estádio sem condições e estrutura para receber um jogo de futebol. Apesar disso, a torcida do Náutico compareceu em grande número, para ver seu time vencer o Grêmio. Ao Imortal dos Pampas, bastava o empate para conquistar a volta para a primeira divisão. O clima era tenso. Antes mesmo de a partida começar, os jogadores Tricolores eram hostilizados pelos torcedores e até pelos policiais pernambucanos. No vestiário, além do forte cheiro de tinta, soldaram a porta para que os jogadores do Grêmio não aquecessem no gramado. Iniciado o jogo, viu-se uma disputa equilibrada, com chances para os dois lados. Até que um pênalti inexistente para o Náutico foi marcado. Numa bola perdida na área, Paulo Matos se jogou e o juiz marcou. Bruno Carvalho correu, bateu… NA TRAVE! Nesse momento, sentado no sofá da sala, acompanhando o jogo na TV, pensei: Agora já era! Vamos ficar nesse 0x0 e nos classificar. Vem o segundo tempo. E mais tensão. Chances perdidas pelo Imortal, chances perdidas pelo Náutico, e os minutos passando… No outro jogo, o Santa Cruz vencia a Portuguesa e conquistava a sua classificação. Chegávamos aos 30 minutos do segundo tempo. O Náutico ataca pela direita e o chileno Escalona coloca a mão na bola e é expulso. Meu Deus! E ainda faltam 15 minutos, eu pensava em frente a TV. Aos 33, Galatto deu um “encontrão” em Miltinho. A torcida reclamou pênalti, mas o árbitro não marcou. Três minutos depois, uma bola lançada na área, tocou no braço de Nunes involuntariamente. O senhor Djalma Beltrami dessa vez marcou. Em casa eu simplesmente destruí o controle remoto da TV, jogando-o contra a parede. Os jogadores foram pra cima do juíz. Patrício lhe deu um “peitaço” e foi expulso. Nunes lhe deu um empurrão e também levou o vermelho. Policiais, jornalistas, comissão técnica e dirigentes entraram em campo e começou a confusão. Um PM acertou Patrício que caiu no gramado. Odone desceu da arquibancada, acompanhado por Cacalo e outros dirigentes para acalmar os jogadores Gremistas. Surgiu a informação de que Mano Menezes deveria retirar o time de campo. Mas se isso fosse feito, o Grêmio perderia os pontos na justiça.

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Eu chorava assistindo tudo aquilo, a injustiça que estava sendo cometida com o Grêmio, o fato de ter que passar mais um ano na segunda divisão. Quando o árbitro foi colocar a bola na marca do pênalti, Domingos a retirou com um tapa e também foi expulso. Mais confusão. Se mais um fosse expulso, perderíamos o jogo. Após a entrada do Domingos pela porta que dá acesso aos vestiários, a mesma foi fechada. De maneira que, se a torcida do Náutico invadisse, os jogadores do Grêmio não teriam como se proteger. O relógio já marcava 59 minutos do segundo tempo quando Ademar foi pra bola. Ele bateu a meia altura. GALATTO!!! Defendeu o arqueiro Tricolor! Eu berrava feito um louco em casa! Parei e pensei: Como resistir com apenas 7 jogadores contra 11? Anderson sofre falta na meia esquerda e Batata é expulso. Na cobrança rápida, o próprio Anderson invade a área a dribles e chuta por baixo do goleiro. GOOOLLL!!! Eu não acreditava no que estava vendo. Como um time com 7 em campo e um pênalti contra pode vencer um jogo? Pois isso é Grêmio! Isso é Raça! É isso que faz esse clube ser conhecido como Imortal Tricolor! É isso que faz esse clube ser reverenciado no mundo inteiro por nunca desistir! Parabéns ao Grêmio, que nesta Sexta Feira completa 5 anos do jogo mais incrível da história do futebol.505

 

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