Fotos: Marcio Pasa
“Faltou malandragem, sobrou salto alto”
A Frase título de minha crônica poderia muito bem resumir e inclusive ser o texto principal destas linhas que se sucedem para vocês, caríssimos gremistas. O Grêmio de ontem teve uma noite infeliz em todos os sentidos que se possa imaginar. Sobrou segurança do que sabia e que podia jogar somados a arrogância e prepotência em certos momentos cruciais e faltou o principal: entrega, malandragem e capacidade de leitura de jogo nos momentos complicados e mais importantes da partida. Alguém pelo amor de Deus avise o Grêmio que Libertadores não é só “toque y me voy”.
Não adianta chorar, espernear ou falar aos microfones que o árbitro errou contra nós. Errou? Sim, errou. Não marcou um pênalti em Borges (pra dizer a verdade foi só um puxão quase que imperceptível), deixou a “cêra”do time da casa “correr solta” e o pior, não deu acréscimos nos fazendo crêr que estávamos em outro momento do futebol, em que os árbitros esperavam o jogo “acalmar” pra finalizar a partida, independente de ter tido ou não o famoso jogo parado. Uma palhaçada sem tamanho. Porém futebol é isso aí. Uma hora se erra contra (como foi ontem) outra hora se erra a favor (como foi contra os Bolivianos do Oriente Petroleiro). Por vezes, Libertadores se joga contra o adversário e contra o juiz. O time do Grêmio e seu treinador já deveriam saber disso.
O que não pode é o torcedor do Grêmio e mesmo a comissão técnica cometerem o equívoco de transferir toda a culpa do fracasso de ontem sobre o juiz. Isso seria “tapar o sol com a peneira”. O Grêmio de ontem não foi o mesmo Grêmio do 1º jogo, muito menos o Grêmio que jogou o 2º semestre do ano passado. O Grêmio de ontem entrou em campo pensando alto (muito alto), entrou em campo com a certeza de uma vitória que poderia sair com naturalidade, independente se do outro lado haveria uma equipe dedicada que impedisse isso. Muitos dirão que “esse é o pensamento, esse é o espírito, tem que ir pra cima”. O Santos na 1ª partida e o Fluminense nos dois primeiros jogos, assim como o Inter contra o Emelec são provas vivas e muito próximas de que nem sempre futebol se vence jogando pra cima independente do que o adversário estiver fazendo. O Grêmio de Renato precisa rever a forma como lê certas partidas. Possui jogadores rodados e com muita qualidade técnica e um treinador experiente que já tem história pra contar. Não pode cometer o mesmo equívoco que cometeu ontem.
Armar o time diferentemente a cada adversário eu concordo que acaba por ser um tiro no pé, mas não custa ter diferenciações no esquema tático visando comprender e ler cada partida como uma partida diferente. Renato precisa entender que o Grêmio não pode abdicar de “entender e ler” a partida como ela se apresenta e não como ela teoricamente deveria ser. O que se via em campo ontem era um Grêmio enfeitado, com toques rápidos e muitas bolas perdidas por puro preciosismo. Um time que acreditou demais no seu cacife e que não acreditou no que o adversário poderia lhe impor.
Nem sempre a qualidade irá se sobressair e é nestes momentos que entra a pegada e a malandragem, coisas que faltaram ontem e que nos mostraram que os “juniores” no confronto da madrugada passada não foram os colombianos.
Numeração fixa: Mais um acerto da Topper
A numeração fixa já está se tornando comum entre alguns clubes brasileiros. E a Topper acertou em cheio ao proporcionar isso ao Imortal Tricolor, já que há tempos os torcedores vem solicitando isso. Na minha opinião, o clube vai vender mais camisetas, pois os ídolos terão identificação com o número da camisa. Acho que a 99 do André Lima será um sucesso. Com uma ressalva: Não se deve abrir espaço para que todos os jogadores escolham seus números, pois isso viraria uma bagunça, com proezas como 77, 82, 87, 65… Na Europa é comum os jogadores usarem os dois últimos algarismos do ano em que nasceram. Eu acho rídiculo. Por isso parabenizo a direção e a Topper, que fizeram uma numeração coerente do 1 ao 38 e concederam o pedido do André Lima. Um ou dois números “altos” (acima do 40) já estaria de bom tamanho. Acho que todos os clubes do campeonato brasileiro deveriam usar esse recurso, pois o mesmo valoriza e muito o certame. Também sou a favor da criação da Liga Brasileira, onde o campeonato seria organizado pelos clubes sem nenhuma intervenção da cbf$. Mas isso já é assunto para outro post. Logo abaixo está a lista com os números dos jogadores (lembrando que na Libertadores o Viçosa usa a 19, o André Lima a 21 e o Carlos Alberto a 22).
1- Victor
2- Gabriel
3- Paulão
4- Rafael Marques
5- Fábio Rochemback
6- Gilson
7- Vinicius Pacheco
8- Adílson
9- Borges
10- Douglas
11- Lúcio
12- Marcelo Grohe
13- Mário Fernandes
14- Vilson
15- Neuton
16- Diego Clementino
17- Fernando
18- Maylson
19- Carlos Alberto
20- Matheus
21- Leandro
23- Bruno Collaço
24- Escudero
25- Rodolfo
26- Saimon
27- Willian Magrão
28- Mateus Magro
29- Júnior Viçosa
30- Busatto
31- Roberson
32- Pessalli
33- Mithyuê
34- Lins
35- Wesley
36- Dener
37- Emerson
38- Edílson
99- André Lima
Quem duvida do Grêmio?
Os comandados do Sr. Renato Portallupi só podem estar querendo me derrubar. Este que vos fala, critica incansavelmente a utilização de dois centroavantes na equipe. No dia de ontem, como numa resposta as minhas duras palavras, Borges e André Lima, além dos gols, mostraram desenvoltura jogando juntos. Não sei até que ponto o adversário contribuiu para tal sucesso ou mesmo se é muito cedo pra avaliar se estou realmente equivocado. O fato é que estou caindo nos meus argumentos. Que bom!
Leandro, 17 anos, chuteiras rosas e futebol moderno. 18 minutos em campo mandando uma bola na trave e marcando um gol. Olho nele. O Grêmio a cada dia mostra que além de um belo time de futebol possui um elenco digno de sonhos grandes (Sim, grandes mesmo, bem maiores que a Taça Piratini, objetivo que por Hora é o principal). A base tricolor, somada aos reservas com currículo alçam grandes sonhos na mente dos gremistas. Leandro e sua bela estréia é o reflexo disso. Olho nele!
Quinta-feira o Grêmo será posto a prova. Enfrentará o adversário mais qualificado do grupo, fora de casa e precisando provar a si e para os seus torcedores que o futebol que tem apresentado não é fruto de mero acaso. Torço ferrenhamente para que Renato escale Adilson ao lado de Rochemback. A partida de ontem (assim como o 2º semestre inteiro do ano passado) mostrou que ambos são que nem Johnny e June, Batman e Robin, o Gordo e o Magro. Ambos juntos se completam de maneira impressionante. Alguém terá que sobrar deste time e provavelmente será um dos dois centro-avantes. Me arriscaria a dizer que Borges vai ter um descanso ao lado do treinador. Te vira, Renato.
Acompanho futebol desde os 7 anos de idade, sempre fui chato assistindo uma partida (meus amigos que o digam). Sou daqueles que detesto perder, critico quando tenho que criticar e elogio da mesma forma. Mas noção para comentar e avaliar como hoje avalio as partidas do Grêmio (com um olhar crítico, aprofundado, sem me deixar cegar pelo clubismo) aprendi a criar e dosar somente com o tempo. Digo sem medo nenhum de errar: desde 1996 este tem tudo para ser o melhor time que vestiu a camisa tricolor. “Analisem” comigo no replay [/Silvio Luiz]: Um dos (senão ‘O”) melhores goleiros do Brasil; Um lateral direito renomado e experiente com muita qualidade; Um zagueiro de futebol europeu e seguro; Um monstro na volância, dono do meio campo, identificado com o clube e capitão da equipe; Dois meias articuladores que seriam titulares em qualquer time do Brasil; Dois avantes que estão estre os mais oportunistas do país. Precisa mais? Sim. Belos passes e tabelamentos, jogadas ensaiadas, contra-ataques mortais, bolas aéreas certeiras, enfim, um vasto repertório. Quem duvida do Grêmio?