Coluna do Társis

Eu evito escrever sobre temas que não envolvam as camisas do Maior do Sul, mas preciso falar sobre o confronto das semifinais da Copa do Brasil entre Grêmio e Santos. Fica mais honesto comentar algumas teorias antes do confronto.


Meninos da Azenha


A primeira, é que acho que o Santos tem um belo time, basicamente porque tem uma disposição tática que está bem encaixada com jogadores talentosos no ataque. Ninguém se engane, eles estarão em campo contra o Grêmio. Mas não partilho do excesso de otimismo que a imprensa coloca nos “Meninos da Vila”. Não porque sou gremista, mas porque o supertime que alguns cronistas sonham, não existe na prática. Depois, há muito tempo que os jovens deixaram de ser “café-com-leite” no futebol. Pergunte à Neuton, Mário “Fujão” Fernandez, Adilson, Mithyuê, Saimon, Bruno Collaço, Maylson, Bergson…


Futebol vencedor


Preciso deixar claro que para mim beira o ridículo o maniqueísmo que a imprensa forçosamente cunhou entre “futebol força” x “futebol arte”.

Futebol vencedor, sempre vai ter força e técnica,  raça e habilidade.
Futebol bom é o futebol vencedor e para isso é preciso ter ambas as coisas.

No período em que acusavam o Grêmio “jogar feio”,  sobretudo durante a passagem do Felipão pela Azenha, ficava muito nítida a inveja e o bairrismo descarado de muitos elementos da imprensa, sobretudo da imprensa do eixo Rio/São Paulo. O Grêmio desse período tinha jogadores de categoria indiscutível na defesa e no ataque. Não jogava “feio”, nem é era somente um “futebol  força”, era um time encaixado, sem firula, de futebol eficiente, convicto, onde a parte tática fazia sobressair a raça e técnica individual de seus bons jogadores.

Claro que do lado gremista é divertido ser mal, mas o que existe é uma diferença cultural entre a forma de jogar de diversos times em diferentes estados.
O Grêmio tem sua “escola” de pegada, de aplicação na marcação, própria de sua história, quando alguns técnicos que passaram pela Azenha, moldaram e participaram dessa formação, da criação desse estilo de jogo. Isso, aliado à sua disposição cultural e suas origens, fizeram do Grêmio um dos clubes mais vencedores do país.

Verdade que alguns gremistas exploram isso como esteriótipo, as vezes de forma brilhante e hilária, como o grande Peninha.

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O grande confronto do semestre

O Grêmio hoje joga com toque de bola, aplicação tática, tem jogadores de grande técnica, e… marca firme, como deve ser, como é de sua escola. A torcida, compreende isso, exige isso, porque isso faz parte do Grêmio.

Dito isso, prevejo que a disputa Grêmio x Santos deve ser apreciada como uma disputa entre os dois principais times em atividade no país, seja por seus elencos atuais, por suas histórias, ou simplesmente porque ambos os times tem jovens jogadores de qualidade diferenciada.

Não gosto do termo “final antecipada” porque ele é mentiroso, enganador. Uma final nunca é antecipada, ela só termina ao apito final do último jogo.

Gosto de pensar nessa semifinal como o principal jogo do semestre, por tudo o que envolve os dois times, a flauta, suas histórias, a boa trajetória de ambos os times até este momento e até o esteriótipo, nem sempre correto, mas que faz parte da polêmica arte de vender jornais e dar audiência às mesas redondas do país afora. Não é mesmo, Milton Neves?

Para ser o melhor do Brasil

Se o Santos perder, ou o Grêmio, não vejo como depreciar qualquer lado. Não tira o mérito do que ambos fizeram até agora (se bem que, verdade seja dita, pouco se falou sobre o roubo escandaloso contra o Santo André que beneficiou o Santos e lhe deu o título de forma irregular).

Para mim, o Grêmio não vai ser menos, nem o Santos. O Santos joga bem, ao seu estilo. O Grêmio, também. Talvez com vantagem, porque o Grêmio é Copero, ninguém duvida, está ai o retrospecto. Não vai ser a vitória do “futebol força” sobre o “futebol arte” ou vice-versa. Vai ser a vitória do melhor time, do time mais preparado e focado neste confonto.

Espero que vença o melhor.
E claro, que o melhor seja o Grêmio!

(concorda, discorda, falai nos comentários!)

Coluna do Quico

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Apesar da atuação do time ficar abaixo da de domingo passado, o Grêmio soube controlar a partida com inteligência. No final dos 180 minutos, vencemos por 2×1. Apesar de não ter jogado bem, o Imortal só não marcou gol, por que o goleiro rival fez grandes defesas. Rodrigo, Borges, Leandro e o garoto Neuton, simbolizaram bem a Garra do time em campo. A cena de Hugo comemorando com um caixão vermelho, foi marcante. O Silas merece todos os aplausos, pois apesar de chegar sob desconfianças, mostrou todo o seu valor. Agora é comemorar. Lembrando que na quarta-feira, teremos outra decisão pela Copa do Brasil, e apesar de termos vencido o primeiro jogo, não vai ser fácil. Vamos pra cima do Fluminense, em busca do penta na Copa do Brasil, pois a Taça do nosso 36º Campeonato Gaúcho já está no armário!
Parabéns Tricolor! Nada pode ser Maior!

Jogos Inesquecíveis

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590Era primeiro de abril de 2001, o GREnal valia pelo primeiro turno do Campeonato Gaúcho daquele ano, e para os colorados, o placar parecia mesmo ser mentira. O Imortal, que apesar de estar se recuperando após a saída de Ronaldinho e a falência da ISL, tinha uma equipe muito superior. O domínio era total, e abrimos o placar com um golaço de Tinga aos 23 da primeira etapa. Ele dominou na área e mandou uma bomba pro gol. O inter, que contava com um time apenas mediano, não conseguia se encaixar em campo. Aos 42 do primeiro tempo, Tinga marcou de novo. Desta vez, completando na saída do goleiro. Na etapa final, o rival veio pra cima, dando muitos espaços para os contra-ataques do Tricolor. Num deles, o artilheiro Rodrigo Mendes marcou o terceiro aos 16 minutos. Após um passe do Tinga na esquerda, ele bateu de pé trocado, rasteiro. Então o adversário acordou no jogo, e numa desatenção da zaga do Grêmio, marcou dois gols em dois minutos, aos 23 e aos 24 do segundo tempo. Após a reação dos bambis, o Grêmio mostrou porque é chamado de Imortal, sabendo conter o ímpeto do adversário. E ainda marcou mais um, aos 42 minutos, com o capitão Zinho cobrando pênalti. Com esse placar, conquistamos antecipadamente o primeiro turno do Campeonato Gaúcho, e ainda ajudamos a derrubar o Zé Mário, técnico do rival, que viria a ser demitido quatro dias depois. A vitória serviu para embalar o time, que viria a conquistar o Gauchão e a Copa do Brasil naquele ano, encantando o país com um dos melhores 3-5-2 que já se viu por aqui. O time que entrou em campo naquele jogo foi: Danrlei; Marinho, Anderson Polga e Mauro Galvão; Anderson Lima, Eduardo Costa, Tinga, Zinho e Rubens Cardoso; Renato Martins (Itaqui) e Rodrigo Mendes (Warley). Técnico: Tite.

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Coluna do Quico

Rodrigo comemora. FOTO: Globoesporte.com
Rodrigo comemora. FOTO: Globoesporte.com

Conquistamos um resultado espetacular dentro do nosso já tradicional salão de festas! Após um primeiro tempo parelho, com grandes defesas do Victor, e onde poderíamos até ter aberto o marcador com o Borges, o Silas soube ajustar a equipe Tricolor, que fez um segundo tempo quase perfeito, anulando a equipe adversária e sabendo controlar a partida. Destaques para o Mário Fernandes, que mesmo com dor, jogou demais, Rodrigo, xerife na defesa, e decisivo no lance do gol, Hugo, que não tinha entrado bem em Santa Catarina, mas hoje deu mais movimentação ao meio-campo, e Borges, o grande goleador, pelo golaço que fez de cabeça. A grande surpresa (e pra mim, o melhor em campo) foi o garoto Neuton, um zagueiro improvisado, que soube defender e apoiar com a mesma qualidade. Precisávamos de uma vitória em GREnal, para que o trabalho do Silas fosse reconhecido pela torcida. Mas o campeonato ainda não está ganho. O Imortal terá que lutar com a mesma Garra demonstrada hoje, não descuidando principalmente da marcação. A vantagem é que agora teremos o apoio da torcida, que deve fazer uma grande festa no Monumental. Com a Raça do time e o apoio da massa, com certeza o Grêmio vai sair campeão!

Jogos Inesquecíveis

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591Após a espetacular marca de 12 títulos gaúchos em 13 anos, nas décadas de 50 e 60 (um hexa e um hepta), o Imortal amargou um jejum de oito longos anos de conquistas do maior rival no Campeonato Gaúcho. Em 1977, havia chegado a hora de dar um basta nessa situação. Tínhamos um bom time, com Oberdã comandando a defesa, Iúra e Tadeu Ricci no meio campo, e um grande ataque com Tarciso, André, e o garoto Éder, que fora trazido por Telê, como grande promessa. No início da partida, a pressão era imensa em cima do Tricolor, que mais uma vez chegava à final, contra o inter, apontado como favorito ao título. Monumental lotado, torcida Tricolor confiante, o Grêmio atacava, atacava, e nada de gol. Aos 25 minutos da primeira etapa, pênalti para o Grêmio. Quem vai bater é o Tarciso. O Craque. O artilheiro. Um dos maiores jogadores da história do Grêmio. Tarciso vai para a bola. Bate. A bola vai pra fora. À esquerda do goleiro Benítez. Oito anos de pressão não é pouca coisa. O Imortal não desiste e segue levando mais perigo ao gol rival. Iúra domina a bola aos 42. Lança na esquerda entre dois rivais, para André Catimba. Ele domina e manda uma bomba de pé trocado. No ângulo. Indefensável. Tomado de alegria, ele parte pra comemoração. Tenta um salto mortal mas distende um músculo e cai de peito no chão. O salto foi mesmo “mortal”. No segundo tempo, Alcindo entrou no lugar dele. O rival vinha pra cima tentando o empate, que levaria a um novo jogo, dessa vez na beira lago. Mas o Grêmio defendia-se bem, controlava o jogo, que começava a ficar violento. Aos 42 minutos, numa falta marcada pelo juiz, a torcida começou a invadir o campo pra comemorar. Deu início a uma confusão com os jogadores colorados, que batiam e apanhavam dos torcedores Tricolores. Então, os torcedores do rival, invadiram o campo e arrancaram uma das redes. Os dirigentes tiraram o time do rival de campo, alegando falta de segurança. A polícia deteve a confusão, e o Grêmio esperou por meia hora os jogadores adversários, que tremeram e não voltaram a campo. A taça foi entregue e o Grêmio enfim, pode comemorar o fim do jejum, apesar da choradeira dos rivais, que tentaram levar a decisão para os tribunais, mas não obtiveram sucesso. O time Tricolor: Corbo, Eurico, Cassiá, Oberdan, Ladinho, Vitor Hugo, Tadeu, Iúra (Vilson), Tarciso, André (Alcindo) e Éder. Técnico: Telê Santana

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