Coluna do Quico

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Impossível. Essa é uma palavra que não existe no dicionário da Seleção Uruguaia. Por isso que os admiro. E não estou dizendo isso agora que o Brasil foi eliminado. Nunca tive tanta vontade de torcer pelo Brasil. Amo o país em que vivo e me orgulho de ser brasileiro, mas o clima de oba-oba que se cria todas as vezes que o Brasil joga, e várias convocações de jogadores medianos considerados craques pela mídia, me deixam sem vontade de torcer pela nossa Seleção. Mas também não torço contra. Nada fará com que eu torça mais por alguma outra coisa do que pelo Imortal Tricolor dos Pampas. Nessa Copa, apóio o Uruguai. São eles que tem o futebol mais parecido com o do Grêmio. Não precisam de craques, nem de firulas para vencer os jogos. Praticam um futebol de resultados, não importando se jogam feio. Vencem jogos que pareciam perdidos. Um exemplo é a decisão da Copa de 1950 no Maracanã. Criou-se um imenso clima de “já ganhou”, e o Uruguai, sem alarde, calou 200 mil torcedores. Mais recentemente, em 2002, a Celeste saiu perdendo de 3×0 para Senegal na última rodada da primeira fase. Voltaram para o segundo tempo com uma Raça incrível e empataram o jogo, numa grande apresentação de Forlán e Richard Morales (que passou pelo Grêmio em 2008). Pena que não conseguiram a classificação, pois precisavam da vitória. Antes de começar essa Copa, eu dizia: “o Uruguai vai surpreender”. Muitos não acreditavam que os Charruas passassem da primeira fase, mas eles chegam às semifinais com boas chances de desbancar a Holanda (que não é tudo isso). A partida contra Gana foi heroica. Os africanos também mostraram em campo uma Raça incomum (é o que falta pra Seleção Brasileira). Após tomar um gol no finalzinho do primeiro tempo, o Uruguai foi buscar a igualdade com o goleador Forlán numa cobrança de falta. O jogo seguiu muito parelho, com chances dos dois lados. Inicia-se a dramática prorrogação, com a equipe africana jogando melhor. Mas o Uruguai não se entrega. Aos 14 minutos do segundo tempo da prorrogação, num bate-rebate na área, o atacante Suárez tirou com a mão uma bola que entraria no gol e eliminaria a Celeste. O que faz um jogador tomar tal atitude sabendo que seria expulso? A Raça. A vontade de sempre acreditar. Quem sabe o goleiro pega? Não pegou. Foi no travessão. Uma pena para o povo africano e para o atacante Gyan. Mas ainda tinham as cobranças de pênaltis. Dessa vez Gyan marcou, no ângulo. Mas o Uruguai não desiste. E o goleiro Muslera, mesmo não sendo um dos melhores, pegou duas cobranças. E na última cobrança do Uruguai, mostrando uma frieza incrível, Loco Abreu deu uma “cavadinha” na bola e só escorou pra rede, classificando a Celeste Olímpica para as semifinais depois de 40 anos. Sem dúvida foi o jogo mais emocionante da Copa. Avante Uruguai! Em busca do Tri!

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Neste domingo em Rivera, o Grêmio entra em campo para um amistoso contra o Nacional de Montevidéu, um dos clubes mais tradicionais da América. O jogo, apesar de amistoso vale uma Taça em homenagem a Hugo De León, um dos maiores zagueiros da história do futebol Sul-Americano. O zagueiro passou pelos dois clubes e colecionou faixas de campeão. No clube uruguaio, conquistou a Libertadores de 1980, em cima das coloridas e o Mundial contra o inglês Notingham Forest. Antes mesmo de chegar ao Imortal, já conquistou o coração da torcida quando comemorou a conquista do Uruguai sobre o Brasil no Mundialito de 1981 com o manto Tricolor (Foto acima). No Grêmio, foi o capitão nas conquistas do Brasileiro de 1981, Libertadores e Mundial 1983. Sua Raça e determinação dentro de campo faziam os atacantes adversários tremerem. Levantou a Taça Libertadores de 83 sangrando (Foto abaixo), o que se tornou uma imagem eternizada no coração dos Gremistas. Parabenizo as direções de Grêmio e Nacional por prestarem essa homenagem a esse grande jogador. E agradeço a ele por proporcionar grandes alegrias ao torcedor Tricolor. Valeu De León!

Abaixo mais fotos:

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