Jogos Inesquecíveis

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592Morumbi lotado, 95 mil torcedores, 3 de Maio de 1981. O favorito São Paulo enfrentava o Grêmio, que pela primeira vez chagava a final do Campeonato brasileiro. Enquanto os paulistas tinham uma “seleção” com nomes como Waldir Peres, Darío Pereyra e Serginho Chulapa, o Grêmio era considerado um “time de segunda” pela mídia. No primeiro jogo, o Imortal mostrou sua força no Olímpico vencendo por 2×1. A vantagem era pouca, frente ao timaço do São Paulo, imbatível em seus domínios. Ainda mais porque Baltazar perdeu um pênalti que poderia nos deixar com mais tranqüilidade para o jogo da volta. Ao ser questionado sobre o pênalti perdido no final do jogo, ele falou: “Deus deve estar reservando algo melhor para mim”. Muitos diziam que no Morumbi os paulistas venceriam de goleada, que não teria nem graça. O São Paulo, que precisava de uma vitória simples para conquistar o Bi-Campeonato, atacava com mais perigo, mas sempre parava nas defesas do seguro goleiro Leão. O Imortal defendia-se bem e contra atacava com velocidade, com Paulo Isidoro, Vílson Tadei e Tarciso. Aos vinte do segundo tempo, num lançamento pra área, Renato Sá escorou e Baltazar, de primeira, acertou um petardo no ângulo de Waldir Peres. Assim se cumpriam as palavras do “Artilheiro de Deus”, como ficou conhecido. Pouco mais de 3mil Gremistas, calaram 90 mil são-paulinos. No final do jogo, ninguém acreditava no resultado, e os narradores paulistas (como sempre), tentavam arranjar desculpas para explicar a derrota do melhor time. Mas o capitão De León tratou de explicar (entrevista publicada na Placar na época): “Foi como no Mundialito. Lá o Uruguai teve de enfrentar um Brasil cheio de estrelas, e tivemos de nos transformar em algo mais que atletas. Fomos humildade e dedicação. Fomos campeões. Para alguns, com poucos méritos técnicos, mas quem pode negar nossa garra? Sabe, o melhor time é o campeão, e o Grêmio é isso. Há duas coisas que um time campeão precisa ter: jogadores-homens e homens-jogadores”. O Grêmio entrou em campo com: Leão, Paulo Roberto, Newmar, De León e Casemiro; China, Paulo Isidoro e Vílson Tadei (Jurandir); Tarciso, Baltazar e Odair (Renato Sá). Técnico: Ênio Andrade.

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http://www.youtube.com/watch?v=AMHGkrvtI2o

Coluna do Quico

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Não me lembro de ter visto algo parecido, por isso resolvi montar uma Seleção só de estrangeiros que vestiram o manto Tricolor, com base em alguns que eu vi jogar e outros que ouvi falar através dos mais antigos, além de pesquisas na história do Imortal. O time, no 4-3-3 ficou assim:
Germinaro– Grande goleiro, fazia defesas impossíveis e, no final da década de 50 ficou conhecido como “argentino voador”. Foi o primeiro da posição a usar camisas amarelas no Brasil, numa época em que a cor preta era “padrão” nos uniformes de goleiros.
Arce– Indiscutivelmente, o melhor lateral da história do Grêmio. Até hoje todos lembram de seus passes e cobranças de faltas e escanteios com curvas incríveis. Bola parada com ele era meio gol. Muitos dos gols de Jardel, surgiram de cruzamentos dele.
De León– Conhecido com “caudilho” foi o grande capitão do Mundial, da primeira Libertadores e do primeiro título brasileiro, a imagem dele levantando a taça da Libertadores sangrando, é impressionante.
Ancheta– Um líder na zaga, o uruguaio mostrou muita Raça, além de boa técnica e eficiência nos desarmes, chegou em 71, tendo sido escolhido o melhor zagueiro da Copa de 70. Ficou 9 anos no Grêmio.
Rivarola– Sinônimo de Raça, grande nos desarmes. Improvisei ele na lateral esquerda, pois não achei nenhum gringo que tenha se destacado nessa posição.
Chamaco Rodríguez– O argentino veio do River Plate em 71 para comandar o meio-campo do Tricolor. Estreou com um gol de calcanhar num GREnal. Não precisa dizer mais nada.
Gavilán– Jogou pouco tempo, mas o que ele fez na Libertadores de 2007, foi fundamental para o Tricolor chegar onde chegou. Pena que não tinha bom condicionamento físico.
Sabella– Meia clássico, excelente  armador, veio do River em 85 e fazia o que queria com a perna canhota, suas fintas irritavam os adversário. Esteve em campo (e foi expulso)  pelo Estudiantes na Batalha de La Plata em 83. Hoje é treinador do próprio Estudiantes.
Scotta– Contratado em 71 junto ao San Lorenzo, o argentino marcou o primeiro gol da história do campeonato brasileiro, numa vitória por 3×0 contra o São Paulo no Morumbi.
Ortiz– Ponta esquerda da seleção argentina, chegou em 76 e conquistou a torcida com sua velocidade, Raça e dribles imprevisíveis.
Maxi López– Apesar do pouco tempo que ficou e da maneira como saiu do Grêmio virou ídolo da torcida, com seus gols de oportunismo. Não encontrei nenhum centroavante estrangeiro que tenha jogado mais que ele.

Gostaria de saber a opinião de todos, se  concordam ou não com esses jogadores ou se quiserem sugerir algum nome, podem comentar.